Faça você mesmo, tipos de extração dos ativos e dicas para uso domésticos. A fitoterapia na sua casa.
Sem dúvida, a fitoterapia é a mais antiga das terapia naturais. Sua origem está relaciona à pré-história, quando o homem aprendeu com os animais a distinguir as plantas comestíveis das que podiam ajudá-lo a aliviar suas moléstias.
Acima de tudo, essa terapia se baseia em um amplo conjunto de técnicas que permitem a utilização dos vegetais no tratamento e na prevenção de doenças.
Apesar de não produzir resultados imediatos, nem emergenciais, quando usada de forma adequada, tem ação efetiva e livre de efeitos colaterais ou riscos de intoxicação.
Posto que a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que cerca de 80% da população mundial faz uso da fitoterapia.
Afinal, feitos à partir de extratos derivados de plantas, os fitoterápicos possuem propósitos curativos, não é à toa que hoje mais de 40% da matéria-prima da indústria farmacêutica provêm de vegetais.
Sem dúvida, no Brasil especificamente, há uma forte tradição popular em fitoterapia, que mescla as tradições indígenas, europeias e africanas e graças à nossa biodiversidade, estimada em 200 mil espécies vegetais.
Ainda que pelo menos a metade das espécies vegetais brasileiras tem propriedade curativa – embora apenas 1% delas sejam de fato estudada.
Contudo, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou em 2010 uma medida que regulamenta o uso popular das plantas medicinais.
Vale lembrar que é muito importante e imprescindível a consulta em um especialista para que, a partir da observação dos sintomas, ele identifique as doenças e direcione o tratamento.
E quais são as partes que podem ser utilizadas no uso doméstico de plantas medicinais (fitoterapia)?
São elas: folhas, caules, casca, fruto, semente, tubérculos, bulbo, flores e raízes.
Mas lembre-se! Dependendo da planta, a substância ativa, ou seja, a substância que vai fornecer o efeito desejado, pode estar apresentada em maior quantidade em locais específicos da planta.
Por exemplo, o gênero Passiflora das especies das plantas dos maracujás; se a sua intenção é acalmar, então a parte utilizada deve ser as folhas e flores – não necessariamente o fruto, por que são nas folhas e flores que há um maior acumulo de alcaloides, utilizados como tranquilizantes.
Além disso, outra dica, é que dependendo da parte da planta que será utilizada, a preparação também pode mudar.
Afinal algumas partes são mais sensíveis do que outras facilitando ou dificultando a extração da substância ativa.
Você sabe como preparar a extração do ativo de acordo com as partes da planta?
Não?
Então calma! É fácil!
Aqui vão algumas dicas sobre fitoterapia:
A Tisana é um exemplo de extração do ativo da planta, ela acontece quando colocamos a erva na água fervente e tampamos a panela deixando a erva ferver por mais 5 minutos.
Acima de tudo, depois retiramos o recipiente do fogo e deixamos em repouso por alguns minutos, ainda tampado.
No fim, é só coar.
Sabe quando a sua vó despejava a água quente sobre as flores e folhas e tampava por uns 5 a 15 minutos?
Então, ela estava fazendo uma infusão, e isso é fitoterapia.
Normalmente a infusão é indicada para as partes mais sensíveis da planta, como flores, folhas, frutos ou com substâncias ativas voláteis, mas podemos utilizá-la nos talos e raízes se forem bem picados para facilitar a extração do ativo.
Igualmente, em algumas receitas, a água pode ser substituída por vinho, álcool ou vinagre.
Assim sendo, o processo de ferver a planta por 5 a 15 minutos em água é a Decocção lembrando que o recipiente deve estar tampado durante o cozimento.
Ótimo para utilizar parte da planta como raízes, cascas, caules e sementes, por terem a consistência mais rígida.
Pois, na Maceração a planta medicinal é colocada em água fria, cachaça, vinho, álcool ou azeite, de 10 horas a até 24 horas – dependendo do que está sendo utilizado.
No caso de folhas, flores e sementes costuma-se deixar a erva de 10 a 12 horas; talos, cascas e raízes picados ficam de 16 a 18 horas; cascas e raízes duras picadas ficam de 22 a 24 horas.
Por fim, coamos. Este método tem a vantagem de aproveitar os sais minerais e as vitaminas das ervas.
Além desses 4 processos de extração de ativos das plantas medicinais, podemos preparar xaropes, banhos, cataplasmas, pomadas e compressas.
Não sabe como preparar? Então anota ai:
Para preparar um bom xarope temos que fazer uma calda de açúcar mascavo, depois adicionar uma porção de planta fresca e mexer por 3 minutos com o fogo baixo. Por fim, é só desligar o fogo e abafar com uma tampa. Se preferir coe quando estiver frio.
Da mesma forma, para o banho de ervas, coloque uma parte da planta para dez partes de água e ferva por 20 minutos. Espere esfriar, coe e depois de tomar o seu banho convencional, despeje o preparado pelo corpo.
Bem como, o Cataplasma deriva da palavra latina “pasta” e da palavra grega para “papa de aveia” porque o pão, a farinha e até mesmo a argila eram usadas para transformar a mistura de ervas numa pasta úmida.
Ao passo que, existem duas formas de preparo na fitoterapia – quente e frio (na forma fria conhecida também como emplastro).
Na quente, dissolve-se a farinha em quantidades necessárias de água até formar uma pasta clara. Cozinha-se a massa, agitando-a sem parar até que ganhe boa consistência. Retira-se a massa do fogo e acrescenta os unguentos, azeites, tinturas etc.
O unguento é a extração das propriedades das plantas em óleo. Mais utilizado externamente. Basicamente a planta é macerada e coberta com óleo vegetal de boa qualidade.
Por certo, para preparar a pomada utiliza-se uma parte da planta para nove partes de vaselina. Levando ao fogo em banho-maria até o ponto de fusão da vaselina. Mantenha por 30 minutos. Procure armazenar em frasco de vidro ou cerâmica, evite deixar exposta a pó, calor e umidade.
Por último, mas não menos importante temos a compressa que é uma forma de tratamento que consiste em colocar, sobre o lugar lesionado, um pano ou gaze limpa e umedecida com uma infusão ou decocção de uma planta medicinal, fria ou aquecida, dependendo da indicação de uso.
Para tudo isso que acabamos de aprender, é muito importante observarmos a qualidade da planta medicinal que estamos utilizando pois o cultivo, quem, em que época e como é realizada a colheita, a fase da lua, a seleção, a secagem e o armazenamento afetam a sua qualidade, por isso certifique-se de adquirir a planta medicinal em locais idônios.
Uma vez que empregada adequadamente, a fitoterapia é uma ótima alternativa para tratamentos e um ótimo motivo para você se conectar às riquezas que a natureza nos deu.
Com isso, separamos algumas importantes espécies de plantas com propriedades medicinais para ajudar você e a sua família:
Mostardeira negra – Brassica nigra
Propriedades: descongestionante dos brônquios e pulmões. Em forma de banhos, alivia as dores reumáticas e musculares.
É indicada muitas vezes em forma de cataplasma para aliviar dor no nervo ciático. Para prepará-lo separe:
- 200g de aguardente
- 100 gramas de figos triturados
- 100g de farinha de milho
- 100g de mostarda-negra em pó
- Misture bem, e deixe descansar por 48 horas.
- Quando estiver com aspecto viscoso (tipo polenta), estenda-a sobre um guardanapo de pano e dobre-o.
- Aplique o cataplasma na região dolorida e mantenha-o no local por aproximandamente 2 horas.
Mas lembre-se! Em doses elevadas a mostardeira negra pode ser tóxica, por isso seu uso deve ser feito com muita cautela.
Abacateiro – Persea gratíssima
Propriedades medicinais: suas folhas e brotos podem ser usados para combater moléstias nos rins e na bexiga e disenteria, além de evitar gases intestinais, dores de cabeça, febres e reumatismos, bronquite e tuberculose.
O seu caroço é um bom tônico capilar.
Quando estiver com dor de cabeça, aplique as folhas quentes do abacateiro sobre a cabeça, como uma compressa.
Mas para isso, use somente as folhas secas do abacate – as verdes podem provocar palpitação.
Abacaxi – Ananas sativus
Propriedades medicinais: o suco de abacaxi é um diurético suave, vermífugo eficiente, calmante da tosse e expectorante. Ele facilita a digestão e desobstrui o fígado.
Quando estiver com tosse com formação de catarro aqueça uma xícara de água, adicionando, em seguida, duas colheres de suco de abacaxi e uma colher de mel.
Beba bem quente, antes de deitar.
Agave – Agave americana
Propriedades medicinais: depurativa e estomáquica.
Se a indicação for tratar seborreia ferva 80 gramas de folhas em um litro de água por 10 minutos e use para lavagens locais.
Mas atenção! Não use em mulheres grávidas ou que amamentam.
Agrião – Nasturtium officinale
Propriedades medicinais: depurativo, diurético, digestivo e descongestionante. Rico em Vitamina C.
Propriedades medicinais: depurativo, diurético, digestivo e descongestionante. Rico em Vitamina C.
Alcaçuz – Periandra dulcis
Propriedades medicinais: inflamações do ventre, vias urinárias, tosses, catarros crônicos problemas hepáticos, laxante, diurético.
DICA: Para diminuir o vicio de fumar, pode-se mastigar habitualmente a folha do alcaçuz.
Para uso geral, ferva 20 gramas de raízes de alcaçuz em um litro de água. Filtre e tome três xícaras por dia.
Alcachofra – Cynara scolymus
Propriedades medicinais: indicada especialmente para diabéticos e doentes do fígado, e para os hipertensos ela baixa a pressão arterial. Por ser rica em ferro, auxilia no combate a anemia e ao raquitismo.
Para cálculos biliares – ferva por 10 minutos 80 gramas de folha de alcachofra em um litro de água. Tome três xícaras por dia.
Para insuficiência hepática – ferva por 10 minutos 50 gramas de folhas de alcachofra em um litro de água. Beba três xícaras por dia.
Alfavaca – Ocimum basilicum
Propriedades medicinais: indicada para debilidades nervosas, digestão difícil, doenças intestinais, estomacais, renais, tosses, febres, dores de garganta.
Para tratar a boca e garganta: ferva 50 gramas de folhas secas ou 100 gramas de folhas frescas em meio litro de água por 10 minutos. Use o líquido em bochechos ou pincele-o sobre a região afetada. Para inflamações da garganta, faça gargarejos.
Ginseng – Panax ginseng
Propriedades medicinais: afrodisíaca, a raiz serve de base para numerosas preparações estimulantes, pois tonifica o organismo em geral. Fortalece o coração, o aparelho circulatório e as funções nervosas. Melhora ainda a memória e a concentração, e ajuda nos casos de esgotamento e indisposições, proporcionando mais vigor.
Uso geral: dissolva, em uma xícara de água ou leite bem quente, uma colher de chá de extrato de ginseng. Adoce, se achar necessário, e ingira antes ou depois das refeições. Para adultos são necessários, inicialmente, três doses diárias, mas substituindo a colher de chá por uma colher de café rasa.
Salsa – Petroselinum sativum
Propriedades medicinais: as infusões e decocções preparadas com salsa não só combatem os gases intestinais e estimulam a digestão como também curam problemas hepáticos e de hipertensão.
Por ter forte ação diurética, recomenda-se para o tratamento de artrite, reumatismo, problemas na bexiga e rins. Seu uso externo ajuda a eliminar manchas e abcessos, cicatriza feridas e interrompe a secreção láctea.
Para abcessos e feridas – triture um ou dois punhados de folhas e hastes de salsa frescas, deixando ferver em um cálice de vinho até que evapore quase completamente.
Coloque este preparado sobre um pedaço de tecido, aplicando-o quente (não fervente) sobre a região atingida. Renove a cataplasma duas vezes ao dia.
No caso de irritação nos olhos – lave e enxugue dois ou três punhados de salsa fresca, colocando-os em um pedaço de tecido fino de modo a formar um saquinho. Torça-o bem até que saia todo o suco no qual se deve embeber dois chumaços de algodão aplicando-os sobre os olhos.
Sálvia – salvia officinallis
Propriedades medicinais: tônico geral, prisão de ventre, cólera, resfriados, adstringente, desinfetante, expectorante, antirreumática, estimulante cardíaco e sistema nervoso.
Para aliviar o cansaço – ferva cinco litros de água e coloque 30 gramas de folhas de sálvia, 25 gramas de alecrim, 25 gramas de folhas de alfazema, 20 gramas de folhas de hortelã e 50 gramas de tomilho.
Depois que o líquido estiver morno, coe, esmagando bem as ervas para sair todo o suco. Coloque o líquido em uma banheira ou jogue sobre o corpo no fim do banho e, de preferência, antes de deitar.
Para tratar a gengivite – ferva em 300 ml de água 20 gramas de folhas secas de sálvia. Coe e acrescente algumas gotas de vinagre. Faça bochechos três vezes ao dia.
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